Acolher bem é evangelizar

22/09/2010 10:53

 

Acolher bem é evangelizar

O exemplo vale mais que mil palavras. Portanto, viver concretamente a palavra Acolhida, por meio de nossas atitudes, é transmitir sinal da presença de Cristo entre nós. Lembremos que a motivação que arrastou multidões a seguir Jesus Cristo veio do testemunho de amor dos apóstolos, pois a primeira comunidade cristã era assim caracterizada: “ser perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, no partir do pão e nas orações” (At 2,42). Eles cultivaram com zelo e maestria a palavra acolhida no seu dia a dia e fizeram brotar o amor em seus corações.

Viver a acolhida requer atitudes pessoais de abertura, atenção e aceitação do outro, pois, quem acolhe, é, pois, quem deve amar a pessoa como ela é. Acolher deve ser constantemente partilhado dentro e fora do Instituto Missionário. Os gestos de acolhida devem expressar verdadeiramente generosidade e sinceridade, de modo que, ao abrirmos nossos braços expressando um sorriso, o outro se sinta de fato acolhido. Acolhimento não é apenas um tapinha nas costas, ou um simples “oi”; razão pela qual temos que nos converter a cada dia, porque nem sempre estamos dispostos a abrir o coração ao outro. Por isso, necessitamos invocar as graças de Deus para suprir as nossas limitações.

A marca relevante na comunicação e também na acolhida é a escuta. Escutar é mais do que ouvir: é a regra de ouro para o sentido de pertença e bem-estar de todas as pessoas chamadas para servirem Jesus Cristo nas pessoas, por meio do nosso Instituto Missionário – Humanizando e evangelizando.

Recordo-me, agora, de um fato marcante em minha caminhada: estava na cidade de Salvador, entrando na Igreja da Piedade, quando perguntei se já tinha começado a reunião da legião de Maria. O sacristão respondeu que sim, acrescentando que as reuniões aconteciam todas as quartas-feiras, às 19:00h. Então, participei da reunião. Após as orações iniciais, o jovem Jorge Peralta saiu do seu lugar para proferir a leitura Espiritual bem ao ouvido do confrade João Batista, que tinha deficiência auditiva. Concluída a leitura, o confrade João Batista fez a partilha da mesma. Este exemplo significa, para mim, praticar em sua essência e com todas as letras a palavra ACOLHIDA, onde reinou o respeito e o valor da presença daquele que, apesar de sua idade avançada e de suas limitações, o confrade João Batista estava dando o seu testemunho de amor e da importância de sua vida cristã. No nosso dia a dia em nossas fraternidades deve existir a espiritualidade partilhada e fraterna como fonte de inspiração, além do encorajamento da vida de oração e reflexão (meditação), individual e comunitária.

Quero, nesta oportunidade, citar alguns exemplos de como Jesus Cristo praticou a acolhida em sua vida: Jesus acolhe as crianças (Lc 18,15-17); Jesus acolhe a pecadora (Lc 7,36-50); Jesus acolhe Zaqueu (Lc 19,1-10); Jesus Bom Pastor (Jo 10,14-17); e, Jesus também foi acolhido, por Marta e Maria (Lc 10,38-42).  A mágica da Acolhida entre nós é totalmente atingível, portanto, devemos querê-la e praticá-la por meio das nossas ações, pois a palavra induz, mas o exemplo conduz.

Por meio da Acolhida criamos as condições de viver o amor entre nós. E, aí, poderemos, afinal, viver a Bem-aventurança.